Ele mal fala português,
mas quer escarrar inglês.
Ele não entristece,
ele deprime.
Ele nunca enche a cara,
ele só se entope de Prozac.
Ele pode até comer pizza,
mas arrota caviar.
Seja de dia ou no jantar.
Mas que pobreza é essa?
Moras de frente pro mar,
mas nem isso sabe olhar.
Mas que sina é essa?
Tens a melhor mulher,
mas nem isso lhe fascina.
Nem mesmo de biquine na sua piscina.
Que deprê é essa?
Velho sai dessa!
Compre um fusca velho,
vai viajar por aí...
Vai ver o mundo que há de existir...
Vai fugir,
não sei.
Assim não pode ficar.
Vai sonhar...
Pare de fazer mal aos outros.
Sejas como esse "outro" que tanto lhe encomoda e causa espanto.
No fundo quer ser igual.
Apenas não tens força e coragem
pra peitar a sacanagem.
Um pobre, mas livre e alto astral!
Um pobre!
Mas livre e alto astral!
Desigual!
Surreal.
Nem precisa de tanto médico e tal.
Cazuza, a burguesia já fedeu o que tinha pra feder.
É hora do amanhecer.
Obrigado!
Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2013