ele busca congelar,
petrificar a beleza daquele momento à voar.
petrificar a beleza daquele momento à voar.
Mas isso há de acabar.
Nunca podemos congelar aquilo que sabe voar.
É o mesmo que o matar ou torturar.
Assim como o amor e sua partida que não suportamos olhar,
o pássaro sabe e insiste em voar.
Na ilusão infantil de que podemos perdurar as coisas,
não contemplamos nem mesmo o momento maravilhoso do pássaro em seu
voo orgulhoso.
O ego humano lhe confere todo mal humano.
Mas humano, demasiadamente humano.
O pássaro uma vez preso pode imitar essa característica humana,
e deixar de lado suas caçadas rasantes,
em nome de um suposto conforto e comida a gosto.
Mas jamais será pássaro se assim permanecer.
Será um pássaro enlouquecido,
enjaulado e ligando tão pouco.
A sabedoria mostra o poder do momento e a ilusão da
eternidade.
Eternidade sempre rimou e rima com vaidade.
Vaidade rima com desumanidade.
Há de se ter a boa vaidade,
Que justamente lhe orgulha da simplicidade.
Há de se andar de cabeça erguida,
mas por saber que você manda em sua vida.
Há de voar pássaro...
Todo pássaro livre volta ao “dono” e seus braços.
Rodrigo Jorge Bucker – Niterói - 2012