Arthur - O Pai do Homem é o Menino

Arthur nome de Rei, 
um bom Rei.
Arthur nasceu grande, 
cresce forte e tem sorte.
Sua família o ama e ele já sabe disso da sua pequena grande maneira.

Ele olha em meus olhos e trocamos olhares entre nossas almas.
Não me importa o que dizem as teorias sobre blá blá blá...,
do que faz ou não faz uma criança de dois meses e meio.
Teorias são idéia de crianças grandes (cientistas), não de Arthur.

Arthur tem sementes boas, seus genes. 
Nós, sua família, somos os cultivadores dessas sementes 
que proporcionam a gente.
Na realidade é como se Arthur fosse um hardware de ótima qualidade e nós, a vida e principalmente ele próprio, vão formando seu software, sua alma, que enquanto for se modifica.
Alma que inexplicavelmente surge da matéria e parece acabar com ela.
Mas jamais é matéria.
Isso é ser humano.
Arthur nunca esqueça desse plano.


                        Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2011

Livre com a Mariposa

Não sei o que aconteceu.
Não sei.
Mas o que importa afinal.
Só sei que naquela noite fui livre junto com a mariposa.
Livre junto (2x)

Eu ia tomar banho.
Estava com a cabeça cheia e tal.
Foi quando a vi, logo ali.
Estava se afogando dentro do meu box.

Dentro do box (2x)

Eu estava tão estragado, que pensei alguns segundos:
Salvo ela ou a deixo morrer?
Pois viver nesse mundo talvez seja pior, pensei.
Eu queria me matar (2x)
Mas não resisti em ver a mariposa se afogar e suplicar:
Me salve! (2x)
Help!

Não sei o que aconteceu.
Não sei.
Só sei que naquela noite fui livre junto com a mariposa.
Livre junto (2x)

Num impulso repentino e divino
Peguei um cotonete e com amor...,

Com amor... (2x)
Tirei a mariposa da dor.

E num momento divino.
momento divino.
Levei-a ao basculante.
Falei baixo e pensei alto:
Seja livre!!!

Não sei o que aconteceu.
Não sei.
Só sei que naquela noite fui livre junto com a mariposa.
Livre junto (4x)

Num instante alucinante eu era a mariposa. (2x)
Eu era a mariposa, eu era aquele amor que a salvou.
E me libertei com ela.

           
                 Raulzito S. Além - Rio de Janeiro 2012

A Mulher e a Lua


Lua no céu
A estrela do lado
E o homem a sonhar por onde vai vagar

Na estrela mais bela
Ou no sorriso dela
Dela ou daquela mais bela

Lua no céu e o amor na favela
Ou o esplendor dela na janela

O poeta pode ver a lua nela ou ela na lua
A poesia pode mostrar a lua em pleno dia
Ou a dama na vadia

O poeta descobre antes da física a ordem do caos e o caos da ordem

O poeta sabe que cabo de vassoura vestido pode ser gente
E que o feio pode ser bonito
Dependendo da gente

O poeta sabe sem drama 
Que quanto maior o cerco maior a trama
E sabe que burros fazem prisão
Mas sábios fazem educação.


                        Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

Brinde os Inimigos

Só pode ter inimigos aquele que é bom.
Ser bom causa inveja 
do seu dom.

Mas não é motivo pra desanimar não.
Ao contrário, mostra que és mesmo o bom.

O ruim não tem muitos inimigos, 
justamente por serem seus “inimigos” os bons.
Que como bons sabem de sua ilusão.
Deixando pra lá eles então.

Agora o bom não.
Pra saberes se és bom então, 
conte quantos te agouram e invejam 
com suas emoções em vão.
É que tu és Rei Leão!
Invejado e aclamado pelas hienas da solidão.

Nunca dê ouvidos aos risos das hienas.
Preste atenção apenas em seus dentes e se defenda.
Elas riem pois não sabem fazer muito além disso.

Leões não!
Leões rugem com emoção.
São os Reis por isso então.
Reis valentes e de coração.

A diferença entre homens de honra e simplórios, 
sempre foi essa meu irmão.

Os de honra falam pela frente 
e não temem nenhuma gente.

Os simplórios, já vivem se escondendo de si mesmos.
Vivem com medo da própria sombra, 
não sabem do valor da honra.
E assim não olham nunca para si. 
Na verdade nem sabem quem são. 
Usam máscaras e morrem de medo do Leão.
Restando a inveja dos Leões, que lhes causam tanto incomodo, 
por apontarem suas fraquezas, que nem pensar, 
querem olhar. 

Como diria Cazuza: “vamos pedir piedade para essa gente careta e covarde. 
Vamos pedir piedade. 
Pra quem vê a luz mas não ilumina suas minicertezas”.

                    Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

A Esfinge (A ironia é a chave do céu)


Decifra-me ou te devoro!

Einstein passava pelo Egito, quando se deparou com a Esfinge.
A Esfinge disse:
Decifra-me ou te devoro grande homem.
Eu sou o simbolo da verdade do mundo.
Tens 10 segundos ou te devoro.

Einstein se viu sem saída e falou:
Ok, tenho certeza que temporalmente mais espacialmente vezes quatro mais cinco segundos a partir de agora, tu és a energia vezes a matéria, ou talvez a partícula de Deus.

A Esfinge olhou prum lado pro outro, e... sssgggaarrffffkkkkk, estraçalhou o jovem Einstein.

Freud passava pelo Egito, quando avistou a Esfinge.
A Esfinge disse a ele:
Oh grande sábio, decifra-me ou te devoro!
Eu sou o simbolo da verdade do mundo.
Tens 10 segundos ou te devoro.

Freud pensou... e um ato falho cometeu:
Ok, tudo bem... É só o meu pênis.
Ops, digo... quero dizer, vamos lá...
Tenho certeza que seu problema é o “complexo de Cleópatra”.
Você sempre quis ser ela e ter todos aqueles pênis a sua volta...
Humm!?

A Esfinge gargalhou, quase passou mal de tanto rir.
E falou:
Boa tentativa Dr. eminente Freud, quase conseguiu me matar, me matar de tanto rir. 
kkkkkk
Mas, mas...
SSSSSSSSSgrgrgrgrffffffffkrkrkrkrkcrakapuffff!!!!!

Não sobrou nem pó do fumo do cachimbo de Freud.

Um pouco mais a diante passava um menino de 15 anos bem na frente da Esfinge...

A Esfinge era imparcial, e disse ao menino o de sempre:
Decifra-me ou te devoro!
Eu sou o simbolo da verdade do mundo.
Tens 10 segundos ou te devoro.

O garoto olhou pra Esfinge com uma cara meio desolada, e disse:

Puta que pariu!
Você é totalmente louca ou o que?
Se Einstein e até Freud não deram conta dessa merda, que dirá eu cacete!
Vai a merda!

E a Esfinge quieta...

O garoto então abaixou o short, virou-se de costas pra Esfinge e BRUUUUUFFFFFF, peidou na cara dela.
E disse:
vai fundo que eu to fervendo!
Pode me devorar que vai ter uma dor de barriga desgraçada!

O garoto fechou os olhos, contraiu todo o seu corpo e esperou por ser devorado com um ultimo suspiro profundo de ar.

Passaram-se alguns segundos e nada...

O jovem abriu os olhos e onde estava a Esfinge gigantesca, agora não havia nada, nenhum sinal da Esfinge, nada nada.
Era atordoante aquele silêncio.

O jovem manteve-se parado e meio em choque indagou:
O que que tá havendo?

Então uma voz falou:

Muito bem meu jovem, muito bem!
Na verdade eu ainda estou aqui mesmo.
Eu, a Esfinge sou imortal.
Mas não mais para você meu jovem.
Você me decifrou, e então se libertou.
Ao me ironizar e me gozar você descobriu que no fundo nada na vida é sério, ou deve e pode ser explicado tão a fundo.
A explicação é a maior ilusão de todo homem.
Muitos homens, grandes homens, inteligentíssimos de todos os tipos e áreas que podes imaginar, foram devorados por mim, devido a esse pecado original.

O pecado da razão.
O pecado que lhes tira o chão.
A explicação.
Toda explicação pede outra e aí se faz a confusão.

A explicação é uma mamadeira sem fim que termina por matar muitos homens que não se deixam saciar, e continuam a buscar, a beber e por fim derramar.
O segredo da vida é o ponto.
Tudo que excede encontra-se no mesmo ponto de partida, a angustia.

Parabéns meu caro! Siga em frente e não esqueça dessa lição.
Esfinges voltaram a lhe testar.
Derrote-as sempre!
Bravo!!


             Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012