Mendigos de Terno




Mundo doente...
Mendigos de terno pensam que são gente.

Mundo doente.
Sociedade industrial carente.
Esmolam amor.
Mas geram a própria dor.

O burguês come caviar.
Mas espera ninguém olhar pra poder arrotar.

Carentes eloquentes que matam muita gente.
Gostam de ver MMA na TV.
Mas não querem lutar.
Querem roubar.

Eles têm medo de apanhar.
Não suportam nem se arranhar.
Mas gostam de ver os outros se ferrar.

Muito sociólogo de papel.
De frescoróra pegando arzinho no saco ao léu.
E a noiva que mais deu ainda casa de véu.

Os mendigos de terno ainda posam de fraternos.
Valorizam seus ternos.
Que copiaram de modelos europeus.
Europeus que moravam em castelos.
Castelos que aparentam belos.
Mas que, quase sempre, em seus interiores existiam reis podres.
E não nobres.

Esses mendigos,
Na verdade mais pobres que qualquer um.
Não titubeiam em destruir vidas.
Isso em nome de suas vaidades e ruindades.

Pobres...
Vamos rir desses “nobres”.

Sinto muito, mas não me adapto a isso.
Uma ilusão total.
Um social descompromisso.
Bandido e omisso.

A burguesia fede mal.
E pensa poder comprar seu astral.
Na farmácia e tal...

Mendigo de terno é um bandido visto de perto.
A justiça já está feita.
Enquanto assim,
Eles cavam seu próprio fim.



                       Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2013