Quando a Discussão é o Ponto




Vejo não só na vida, mas no meio jurídico também o mesmo equívoco.

Tentam muito chegar ao ponto, ao fim, ao suposto concluir e fechar, de modo que se chegue à completude e conclusão total das leis e da vida, ou ainda do próprio ser humano.

Mas o demasiadamente humano impera. Ele é simplesmente maior do que o próprio homem e sua busca pela compreensão total dos fatos.

No direito há sempre de lembrarmos que tudo na vida e na sociedade muda muito e de forma imprevisível.
E justamente aí que muitas vezes derrubamos supostas crenças nos virando novamente à base jurídica e suas leis.

Como toda base na vida, a jurídica, digamos: “muda menos”.

É como se volta e meia precisássemos relembrar que água é água e ponto.
Muito refrigerante...
Talvez.
Mas água é água.

É assim mesmo, com o decorrer dos tempos vão se somando ingredientes às leis.
Mas a água é triunfal. Ao menos enquanto formos seres humanos.

O direito de ir e vir, o direito de liberdade de expressão, o direito à privacidade, o direito alienável do lar etc.
São direitos que se mudados ou corrompidos acabariam com toda a base, justamente base, do próprio direito. Assim, como não pode haver um prédio de pé sem sua boa base e alicerce.

Por isso não é raro pensarmos que a máxima de uma sociedade é justamente a mínima.


                      Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2013